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Disfunções sexuais femininas

Antes de iniciar qualquer tratamento, é essencial identificar a causa e tentar perceber de que forma as interações entre a parceria estão contribuindo para a disfunção


Por Ana Maria Ramos Seixas

A insatisfação pessoal com o sexo está presente na vida de muitas pessoas. Até mesmo os adolescentes, que se supunha estarem no auge do apetite sexual e livre de atitudes puritanas em relação ao sexo, muitas vezes têm queixas referentes à sexualidade. Um grande número de adultos solteiros diz não conseguir encontrar os parceiros "certos", e se queixam de que o sexo é feito sob pressão e não como meio de relaxamento ou prazer, o que acaba inibindo ou frustrando sua sensibilidade erótica. Metade dos adultos casados também revela algum problema sexual, desde desinteresse até disfunções sexuais crônicas.


Em se tratando de disfunções sexuais femininas, elas se definem como desordens psicossomáticas que impedem que a mulher cumpra o Ciclo de Resposta Sexual Feminina (sistematizado por Masters e Johnson e modificado pela Associação Psiquiátrica Americana): desejo, excitação, orgasmo, e resolução. O ciclo se altera em uma ou mais das fases, impossibilitando a mulher de obter prazer sexual ou mesmo de ter atividade sexual. Só se considera a existência de disfunção sexual se essas características forem persistentes ou recorrentes e trouxerem insatisfação, mal-estar, aborrecimento pessoal ou interpessoal.


Qualquer disfunção sexual feminina pode ser:

Primária ou Absoluta: Quando a mulher sempre vivenciou a sexualidade com os limites das disfunções sexuais femininas.

Secundária: Quando a mulher já usufruiu de uma sexualidade completa (nem que tenha sido uma única vez) e, posteriormente, desenvolveu algum tipo de disfunção.

Geral: Quando a mulher apresenta disfunção sexual feminina em todas as ocasiões, com qualquer parceiro, em qualquer circunstância.

Situacional ou Ocasional: Quando a mulher apresenta disfunção sexual somente em determinadas situações.



As disfunções sexuais constituem a grande maioria dos problemas de sexualidade. O "Estudo da Vida Sexual do Brasileiro", coordenado pela psiquiatra Carmita Abdo, do Projeto Sexualidade (com 7103 participantes), revela que cerca de 50% das mulheres brasileiras sofrem de algum tipo de disfunção sexual.


O parceiro sexual da mulher com vaginismo pode ficar muito frustrado por não ser possível ter relações sexuais com penetração. Quando não sabe que os espasmos musculares da mulher são involuntários, pode imaginar que está fazendo algo que machuca a parceira e torna-se cada vez mais passivo nas situações sexuais, chegando até a apresentar disfunção erétil. Ou pode concluir que a mulher está evitando as relações sexuais propositalmente e rejeitando-o. Depois de algum tempo, pode perder a paciência ou se tornar ressentido, hostil, ou simplesmente procurar outras parceiras sexuais.


O vaginismo pode constituir-se em causa de casamentos não consumados, mesmo que tenham muitos anos de duração, ou em motivo para anulação do matrimônio, ou ainda uma causa de infertilidade do casal, uma vez que não ocorre o depósito do sêmen no interior da vagina e que a possibilidade de inseminação com ejaculação nas proximidades da vagina é muito pequena.

Dependendo do grau do vaginismo, alguns exames ginecológicos só podem ser realizados sob anestesia.



Causas das disfunções


Há uma multiplicidade de fatores causais que podem atuar isoladamente ou de modo associado.

Para Odette Fiorda (psicóloga da Sociedade Brasileira de Estudos em Sexualidade Humana), as causas orgânicas são responsáveis por cerca de 20% a 40% das disfunções sexuais femininas; entre elas, 10% da falta de desejo sexual, 60% da falta de excitação, e 10% da anorgasmia.

Entre as principais estão: menstruação (a inibição do desejo sexual pode acontecer, antes, durante ou depois deste período; climatério (devido à diminuição na produção de estrógeno e outras alterações, como ressecamento vaginal); doenças orgânicas (pela interferência direta ou indireta na sexualidade); distúrbios afetivos provocados por componentes físicos (mudanças de humor bruscas que interferem no equilíbrio psíquico); cirurgias como as realizadas para remoção do útero (histerectomia) e/ou ovários; doenças sexualmente transmissíveis (DSTs); dependência química; uso de medicamentos, contraceptivos, perfumaria (como os desodorantes vaginais, que podem propiciar infecções) e intervenções como a infibulação (costura dos grandes lábios da vulva) e clitoridectomia (extirpação do clitóris), ainda comuns em algumas culturas.



Causas psicológicas


A maioria das disfunções sexuais femininas tem causas psicológicas. 

Entre as mais freqüentes, não conhecer, não gostar, não aceitar o próprio corpo, sentir-se feia, pouco atraente, ter baixa auto-estima, dificuldade em se entregar para o outro e/ou recebê-lo, dificuldade em assumir um "papel erótico", em evidenciar sua sensualidade, temor à perda de controle e satisfação plena; sexo sem envolvimento (por inabilidade de reunir afeto, amor e sexo), mecanismos de defesa como conversão, somatização, racionalização, comorbidades.


Outras causas emocionais são os medos. 

O "Estudo do Comportamento Sexual", pesquisa nacional coordenada por Carmita Abdo (com 2835 participantes), revela que os principais temores da mulher brasileira durante o ato sexual, são: contaminar-se com doenças sexualmente transmissíveis, não satisfazer o parceiro, engravidar sem programação, não ter orgasmo e a ejaculação precoce do parceiro, nesta ordem. A mulher pode ter medo do seu desempenho sexual (não corresponder às expectativas do parceiro, não ser sedutora, não alcançar o orgasmo ou não fazer o parceiro atingir o seu), medo de ser rejeitada pelo parceiro (por ser passiva ou demasiadamente ativa), medo do sucesso sexual e amoroso (após grande esforço para alcançar o objetivo desejado, quando está bem próxima disso, "sabota-se", ficando ansiosa com a idéia de perder o parceiro, descuidando da aparência; ou pode até atingir o alvo, mas desinteressa-se logo em seguida), medo de intimidade (geralmente devido a experiências decepcionantes na infância que fizeram com que a criança não desenvolvesse a confiança básica nos pais). Todos esses medos também impedem a mulher de relaxar e se excitar, pois é acometida de ansiedade coital.

Ainda como causas emocionais das disfunções sexuais femininas encontram-se ansiedade, tensão, nervosismo, raiva, culpa, angústia, depressão; necessidade extrema de se sentir aceita por homens; negação de sentir-se atraída pelo mesmo sexo (homossexualidade); necessidade de provar que não é anorgástica; preocupação com o uso de preservativos; medo de sentir dor com a penetração vaginal; fatos desagradáveis, humilhantes e ameaçadores subseqüentes à atividade sexual; dificuldade de se expressar emocionalmente; inibição de conversar sobre sua sexualidade com o parceiro; excessiva preocupação com a satisfação do parceiro.

A ansiedade presente em tratamentos feitos para engravidar também pode atrapalhar e resultar em disfunção sexual. Em caso de gravidez, o extremo cuidado em causar mal ao bebê ou sentimentos como o de perda e culpa provocados por um aborto induzido, também se refletem negativamente na sexualidade feminina.

No puerpério, conflitos entre a maternidade e a sexualidade, uma eventual depressão pós-parto ou mesmo o receio de voltar a engravidar também podem contribuir para disfunções sexuais na mulher.

Da mesma forma, o surgimento de disfunções pode ser precipitado devido a estados emocionais desfavoráveis provocados pela cirurgia de laqueadura (por exemplo fazendo com que a mulher se sinta em pecado por ter relações sexuais sem a possibilidade de engravidar, ou se sinta mutilada), pelo climatério (em decorrência não apenas de mudanças fisiológicas, mas também de mitos e crenças que envolvem a mulher nesta fase da vida), pela obesidade (sentindo vergonha do próprio corpo, angústia ao se despir), por doenças de maneira geral (a mulher doente pode achar que é "errado" ter desejo sexual, ou que não vai conseguir ter prazer sexual), ou por ter sofrido intervenções cirúrgicas realmente mutilantes, como a mastectomia (que prejudica sua auto-estima).


Causas conjugais


Apesar de a mulher ser a maior responsável pelo seu prazer sexual, o parceiro sexual tem grande importância no desempenho sexual feminino. Aliás, acreditamos que as disfunções sexuais femininas, mais do que conflitos intrapsíquicos, são conseqüências de vicissitudes das relações conjugais.


Nesse âmbito, entre os principais fatores relacionais, podemos citar: 

  • falta de identificação (física, psicológica ou comportamental) com o parceiro sexual; 
  • atitudes do parceiro que provocam a repulsa feminina (aí se inclui desde o descuido com a higiene até o tom de voz áspero ou rispidez com a parceira); 
  • falta de aquecimento ou aquecimento inadequado antes do intercurso sexual; 
  • discrepância entre as necessidades sexuais do casal (traduzida, por exemplo, pelas diferenças de ritmo, ou de preferências de posições sexuais no momento das relações) tensão ou pressão por parte do parceiro antes ou durante a relação sexual (despertadas por assuntos que geram ansiedade ou preocupação, críticas à parceira, ameaça de abandono); 
  • monotonia e falta de criatividade na vida sexual do casal; problemas na comunicação (agravados pela inibição em expor os próprios desejos); 
  • luta pelo poder no relacionamento (como negar sexo ao parceiro com o objetivo de punição ou de controle), outros conflitos conjugais (medos, desconfianças, traições, agressões); 
  • problemas de saúde do parceiro sexual (diabetes, problemas cardíacos, transtornos psicológicos ou psiquiátricos).

Há casos, além disso, em que a disfunção sexual não é da mulher, mas é ela quem assume a "culpa" e se considera inadequada. Como já foi dito, muitas vezes a disfunção sexual não é o problema real e sim reflexo de um relacionamento conjugal insatisfatório.

Causas familiares


É importante acrescentar que dificuldades no relacionamento familiar também prejudicam a vida sexual da mulher. Por exemplo, relacionamentos conflitantes entre pais e filhos (como alcoolismo por parte dos pais, uso de drogas por parte dos filhos, falta de contatos físicos afetivos entre pais e filhos), educação familiar inadequada ou atitudes negativas da família em relação ao sexo (como punição severa frente à masturbação ou perante às brincadeiras inocentes em torno da sexualidade entre as crianças), o predomínio do papel materno em detrimento das atribuições de esposa e amante (como a mulher ficar sempre de "prontidão" e dormir com a porta aberta).

Causas ligadas à sexualidade


Por fim, cabe lembrar que, para a mulher, o fato de ter sofrido algum tipo de trauma sexual, como abusos na infância ou na adolescência, ou ainda o fato de ter tido anteriormente experiências sexuais frustrantes e insatisfatórias também é relevante para o surgimento de disfunções sexuais.

Da mesma maneira, influenciam negativamente a livre expressão da sexualidade feminina, a ausência de fantasias sexuais e até mesmo a falta de experiência (para mulheres que só tiveram um parceiro, ou pela rotina monótona da vida sexual), a prática recorrente do coito interrompido, as disfunções do parceiro, (ejaculação precoce ou disfunção erétil), a tentativa de relações heterossexuais por parte de uma mulher com orientação afetivo-sexual homossexual.



Principais disfunções

Falta de desejo sexual

A falta de desejo sexual (ou anafrodisia) traduz-se pela ausência ou diminuição prolongada do desejo sexual, incluindo ausência de sonhos e fantasias sexuais, de atenção para elementos eróticos, da vontade de praticar o ato sexual ou falta de iniciativa sexual e a existência de sentimentos de angústia e frustração na abstenção do sexo.

Mas é preciso frisar que a resposta sexual varia muito de pessoa para pessoa, o que dificulta a conceituação de "normalidade" em termos de freqüência de desejo. Daí o cuidado em usar essa definição. "Entretanto, pode-se a grosso modo considerar como 'normal' o surgimento de impulsos sexuais desde diários até quinzenais, na dependência da disponibilidade de parceiros interessantes e interessados, tipo de atividade, faixa etária, e outras variáveis", de acordo com Nelson Vitiello, ginecologista e ex-presidente da Sociedade Brasileira de Estudos em Sexualidade Humana.

A falta de desejo sexual pode ser causa de outras disfunções sexuais femininas, mas não necessariamente leva à falta de excitação sexual ou à anorgasmia, e não impede a mulher de participar do contato sexual quando solicitada.

Segundo Carmita Abdo, a falta de desejo é uma condição apresentada por 8,2% das mulheres brasileiras, quatro vezes mais do que por homens. E a tendência é aumentar conforme a idade avança: 20% das mulheres brasileiras acima dos 60 anos não têm mais nenhum tipo de interesse sexual. No "Estudo com Terapeutas Psicodramatistas sobre Queixas Sexuais Femininas", minha tese de doutorado (uma pesquisa qualitativa na cidade de São Paulo), a falta de desejo sexual aparece como a principal das disfunções das pacientes. E os resultados divulgados pelo Projeto Sexualidade (ProSex) do Instituto de Psiquiatria do Hospital das clínicas de São Paulo, mostram a falta de desejo sexual como a segunda disfunção feminina mais importante (26%). O que parece justificar esta incidência é a mudança nas condições de vida atual, muito mais estressante, com o acúmulo de trabalho, os transtornos do trânsito, má alimentação e qualidade de sono ruim. Nessa rotina exaustiva não há muito espaço para a mulher pensar em si e uma das conseqüências é a diminuição do interesse por sexo.

A mulher que sofre de falta de desejo evita as relações sexuais e apela para pretextos como cansaço, dor de cabeça, cólica menstrual, perigo de acordar os filhos.


Falta de excitação sexual


É a ausência ou insuficiência de lubrificação, vasocongestão pélvica, dilatação vaginal e tumescência dos genitais externos (clitóris, grandes e pequenos lábios); ou a impossibilidade de manter essa resposta até o final da atividade sexual.

Pode ser primária, se a mulher nunca teve prazer sexual em atividade sexual anterior; ou secundária, se a mulher já respondeu à estimulação com excitação e prazer sexuais em alguma ocasião anterior; geral, se a falta de excitação aparece em todas as situações, com qualquer tipo de estímulo e com todas as pessoas com quem a mulher realiza a atividade sexual; ou ainda, situacional, se a mulher deixa de responder aos estímulos sexuais apenas em determinadas circunstâncias, com certos parceiros, tipo de estimulação, falta de anseio do parceiro, depois de uma briga ou frustração.

O problema aparece em 27% das mulheres brasileiras, sendo mais comum naquelas entre 18 e 25 anos, e acima dos 40 anos, como nos mostra Carmita Abdo.


Anorgasmia


Anorgasmia (ou disfunção orgástica) se define como a ausência recorrente ou persistente de orgasmo, tanto por sexo vaginal, anal, orogenital, como pela masturbação, após as fases de desejo e excitação.

A anorgasmia também pode ser classificada como: primária, quando a mulher nunca experimentou orgasmo; secundária, quando, depois de um período em que era possível para a mulher atingir o orgasmo, isso deixa de acontecer, independentemente da forma da relação ou masturbação (é mais freqüente que a anorgasmia primária e em mulheres jovens e solteiras); situacional ou ocasional, ocorre quando a mulher alcança o orgasmo somente em situações específicas (por exemplo, não atinge o orgasmo com o marido, mas o alcança com um amante, ou vice-versa). A anorgasmia situacional pode se dar por desajuste orgástico masturbatório (se a mulher não se satisfaz por meio da masturbação, independentemente de como é praticada, mas alcança o orgasmo durante o coito) ou por desajuste orgástico coital (se a mulher nunca obtém orgasmo durante o coito, mas tem retorno orgástico através de masturbação e sexo orogenital. Diferentemente da anterior, esta categoria aplica-se a um grande número de mulheres).A anorgasmia também pode ser fortuita, quando a mulher tem orgasmo em diferentes tipos de atividades sexuais, mas de maneira pouco freqüente.

É preciso não confundir anorgasmia situacional com, por exemplo, ocorrências ocasionais de falta de lubrificação, de orgasmo, ou de prazer numa relação sexual que não chegam a se constituir em uma disfunção sexual.

A anorgasmia atinge cinco vezes mais mulheres do que homens. Já foi a disfunção sexual feminina mais numerosa entre as brasileiras: em 1990, correspondia a 74%; atualmente, diminuiu para 30%, ainda que continue sendo a disfunção mais freqüente, de acordo com Carmita Abdo. Mudanças comportamentais, avanço das normas morais e de educação e o maior acesso à informação sobre o corpo e a sexualidade ocorridos nos últimos anos explicam a grande diferença estatística.

Segundo Oswaldo Rodrigues Jr. (psicólogo diretor do Centro de Estudos e Pesquisas de Comportamento em Sexualidade), apesar disso, no consultório dos terapeutas sexuais três a cada cinco mulheres ainda se queixam de dificuldades ou falta de orgasmo. O problema pode levar à diminuição da auto-estima, à depressão e à sensação de inutilidade. E o parceiro da mulher anorgástica pode experimentar uma gama variada de sentimentos, da ameaça à irritação, podendo chegar ao limite da resignação. Para a mulher, com o tempo a anorgasmia pode desencadear também falta de desejo sexual.

Antes da publicação de A Inadequação Sexual Humana, de Masters e Johnson, em 1970, a palavra frigidez era usada para descrever uma série de problemas sexuais femininos que variavam desde a falta de interesse em sexo e a ausência de excitação sexual à não ocorrência do orgasmo, sendo usada de forma pejorativa. "A expressão 'mulher frígida' mais parece acusação que descrição de um problema sexual. Foi associada à frieza de sentimentos, o que é imperdoável, já que qualquer um pode constatar sensibilidade, afeto e ternura na mulher embora ela não consiga atingir o orgasmo nas práticas sexuais comuns", pondera Juan Kusnetzoff, psiquiatra argentino. O reconhecimento desta realidade justifica o abandono do termo "frigidez" e suas variações do vocabulário dos especialistas. Mas cerca de 35% das mulheres que sofrem de anorgasmia ainda simulam o orgasmo, temendo o estigma, afirma Ângelo Monesi, psicólogo diretor do Instituto Paulista de Sexualidade.


Dispareunia


Outra disfunção é a dispareunia, que quer dizer dor na relação sexual, sem apresentar causa orgânica. Pode incidir tanto em mulheres quanto em homens, mas é mais freqüente em mulheres.

A dor aparece como ardor, dor cortante, queimação ou contração; pode ser externa, na vagina (intróito, região média ou profunda), na bexiga, no útero, na cérvix. A dispareunia pode ser causa e/ou manutenção de uma inibição em relação à manifestação e realização da sexualidade feminina; o medo da dor pode tornar a mulher tensa e diminuir o seu prazer sexual, alterando as fases de desejo, excitação, orgasmo e resolução.

A dispareunia pode ser transitória (acontece às vezes), permanente (sempre surge), ou adquirida (surge depois de um tempo); generalizada (aparece com todos os parceiros sexuais e em todas as circunstâncias), ou situacional (ocorre com determinado parceiro sexual, com certo tipo de estímulo ou num contexto específico). E pode culminar em vaginismo, do qual falaremos adiante.

O parceiro sexual pouco pode fazer, a não ser diminuir a freqüência das relações sexuais entre os dois e insistir para que a mulher busque ajuda profissional. Entre as brasileiras, 18% apresentam a disfunção, mais incidente na faixa etária de 18 a 25 anos e acima dos 60 anos, segundo Carmita Abdo.


Vaginismo


Consiste na contração espasmódica e involuntária, recorrente ou persistente, dos músculos que circundam a entrada da vagina e dos músculos constritores do ânus, que ocorre na iminência e tentativa de penetração. Apresenta-se em diferentes graus de intensidade, das versões mais brandas à mais acentuada e grave. Ocasionalmente, o espasmo reflexo involuntário abrange os músculos adutores da coxa, a ponto de os joelhos ficarem colados um contra o outro.

Em geral o problema não afeta as fases de desejo e excitação e as mulheres que o apresentam sentem-se aborrecidas pela incapacidade em desfrutar das relações sexuais. Não é raro o vaginismo se associar a fobias, quase sempre relacionadas a repugnância e temor dos órgãos sexuais. A dificuldade também pode se instalar após um estupro ou incesto. Se a penetração for forçada, pode ser doloroso para a mulher, resultando em dispareunia.

O vaginismo atinge mulheres de todas as idades. Pode ocorrer ao longo da vida da mulher, ou ser adquirido; pode ser generalizado ou situacional. Dentre as mulheres atendidas pelo ProSex, 3,1% apresentam vaginismo, condição que costuma ter efeito psicológico devastador, tanto para a mulher como para seu companheiro sexual. A mulher pode sentir-se inadequada, humilhada, frustrada, com medo de ser abandonada pelo marido. Como conseqüência procura evitar todo encontro sexual.




Referências

ABDO, C.H.N. - Sexualidade Feminina. Aspectos Gerais - in ABDO, C.H.N. (org.) - Sexualidade Humana e seus Transtornos - Ed. Lemos - São Paulo - 2ª edição 2000 (1ª edição 1997)

ABDO, C.H.N. - O Melhor e o Pior da Vida a Dois - Revista Veja -("Estudo do Comportamento Sexual") - 21/03/01 - pp 116 a 122

ABDO, C.H.N. - Desenvolvimento Sexual do Brasil. Para Curiosos e Estudiosos - ("Estudo da Vida Sexual do Brasileiro") - Ed. Summus - São Paulo - 2004

ASSOCIAÇÃO PSIQUIÁTRICA AMERICANA (APA) - Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-III) - Ed. Manole - São Paulo - 1989 (original 1987)

FIORDA, O. - Inadequação Sexual Feminina. Causas Psicossociais - in Revista Brasileira de Sexualidade Humana - vol. III - nº 1 - Ed. Iglu - São Paulo - jan. a jun./1992

KUSNETZOFF, J.C. - A Mulher Sexualmente Feliz. Do Mito à Verdade Científica - Ed. Nova Fronteira - Rio de Janeiro - 5ª edição 1988 (original 1988)

MASTERS, W. H.; Johnson, V. E. - A Conduta Sexual Humana - Ed. Civilização Brasileira - Rio de Janeiro - 4ª edição 1981 (original 1966)

MONESI, A.A. et al. - Orgasmo. Quase Tudo que Você Queria Saber - in RODRIGUES JR, O.M. (org.) - Sexo. Tire suas Dúvidas. Algumas Coisas que você Precisa Saber - Ed. Iglu - São Paulo - 1994

RODRIGUES JR, O.M.; ZEGLIO, C. - Anorgasmia Feminina - in Instituto Paulista de Sexualidade (org.) - Aprimorando a Saúde Sexual. Manual de Técnicas de Terapia Sexual - Ed. Summus -São Paulo - 2001

SEIXAS, A.M.R. - Sexualidade Feminina. História, Cultura, Família, Personalidade & Psicodrama - Ed. SENAC - São Paulo - 1998

SEIXAS, A.M.R. - Psicodrama, Sexualidade e um Estudo com Terapeutas Psicodramatistas sobre Queixas Sexuais Femininas - Tese de Doutorado em Psicologia Clínica - Pontifícia Universidade Católica (PUC) - São Paulo - 2003

VITIELLO, N. - Reprodução e Sexualidade. Um Manual para Educadores - Ed. CEICH - São Paulo - 1994

7 erros que um casal não pode cometer 

 

 

NÃO LEVAR A SÉRIO OS VOTOS  CONJUGAIS QUE FIZERAM NO DIA DO PACTO. "Prometo te amar em qualquer circunstância até que a morte nos separe."


 PERMITIR QUE A FAMILIARIDADE GERE O DESRESPEITO. 
Um dos desafios no casamento, é manter o espírito romântico e a gentileza como quando os dois ainda eram namorados. Você ainda faz surpresas agradáveis para o seu cônjuge?
NÃO RECONHECER OS PRÓPRIOS ERROS E SEMPRE TRANSFERIR A CULPA PARA OUTRO. 
Quando o marido e a mulher não reconhecem os próprios erros, cada um constrói um inferno para o outro. Podemos chamar isso de suicídio conjugal. Lembre-se, o desejo de mudar é uma grande prova de amor. Quem mais se esforça para que o seu casamento seja cada dia melhor?


NÃO TER UM CONSELHEIRO. 
A Bíblia diz no livro de Provérbios que na multidão de conselheiros há segurança. Um conselho sábio pode livrar o casamento de uma tragédia.  Qual foi a ultima vez que você procurou alguém para pedir um conselho sobre uma questão relevante sobre o seu casamento?


IGNORAR O VALOR DA MESA DE JANTAR COMO LUGAR DE ENCONTRO E COMUNHNÃO. 
Os casais levam a sério a importância da mesa de jantar e desligam a TV, o computador e o telefone quando estão fazendo suas refeições, vivem melhor e são mais felizes. É comum na sua casa todos sentarem à mesa na hora das refeições?
NÃO PRÁTICAR O DIÁLOGO SEXUAL COM A FREQUÊNCIA NECESSÁRIA. 
Em qualquer área da vida, tudo o que é demais, não é bom. Porém, quando recebemos menos do que precisamos, é prejudicial. É um perigo quando o marido ou a esposa sempre sai de casa com uma carência crônica por falta de diálogo sexual. A frequência com que vocês praticam o diálogo sexual tem sido o suficiente?


VIVER UMA VIDA CONJUGAL DE FACHADA. 
A insatisfação pode livrar qualquer casal de um casamento sem graça. Sempre é possível melhorar, depende da atitude de cada um. O segredo não é encontrar a pessoa certa, mas ser a pessoa certa dentro do casamento. Você está vivendo o que demonstra para as pessoas?
Responda com sinceridade, qual a nota você daria para o seu casamento hoje? De 0 a 10.

 



Desejo Sexual

O Desejo Sexual varia entre as pessoas, por isso o importante é encontrar o par com o mesmo perfil sexual. 

Entenda os problemas de falta de desejo vivido pelas mulheres casadas

 
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A atividade sexual pode ser dividida em 3 fases: desejo, excitação e orgasmo. O desejo sexual do ser humano adulto e consciente, ao contrário do que pensam alguns, não é uma simples pulsão fisiológica, como é o caso da fome ou da sede ou como funciona nos animais.

Começamos considerando o Desejo Sexual como um fenômeno subjetivo e comportamental extremamente complexo. Trata-se de uma atitude psíquica formada por três componentes principais; a biologia, a psicologia e a socialização. Todos três interagindo continuamente uns com os outros. 

Contribuem para a gênese do Desejo Sexual as fantasias sexuais, os sonhos sexuais, a iniciação à masturbação, o início do comportamento sexual, a receptividade do companheiro(a), as sensações genitais, as respostas aos sinais eróticos no meio ambiente, entre muitos outros fatores. 

Diante das pessoas com problemas sexuais que diariamente procuram ajuda, é necessário procurar entender se o caso diz respeito ao Desejo Sexual, ao Desempenho Sexual ou à ambos.

O Desejo Sexual, é o que dispõe a pessoa à atividade sexual e se compõe de 3 atitudes; a Motivação Sexual, a Aspiração Sexual e o Impulso Sexual. Do Desempenho Sexual participam a Excitação Sexual e o Orgasmo.
 Desejo Sexual
Talvez uma das coisas mais simples e mais importantes para se saber é o fato do Desejo Sexual variar muito de pessoa para pessoa, tendo alguns mais de uma relação sexual por dia, outros só de vez em quando. Assim, considerando o importantíssimo papel da sexualidade nas desavenças entre o casal, mais importante que tentar seguir um modelo culturalmente "normal" será encontrar um par com o mesmo perfil sexual.


Motivação e Aspiração Sexual
Parece que durante muitos séculos vingou a idéia de que a mulher não sentia (ou mulher honesta não deveria sentir) desejo sexual. Sexo era mais coisa de homem (ou de mulher pouco séria).

Infelizmente, essa idéia ainda faz parte do repertório cultural sobre a sexualidade complicando a vida de muitas pessoas. Da mesma forma, a sexualidade masculina também foi deturpada, de modo que o homem tinha de estar sempre disposto, como se fosse uma máquina sexual.

Alguns autores diferenciam a Motivação Sexual da Aspiração Sexual. A Motivação Sexual é impulsionada predominantemente elementos psicológicos. A pessoa, de fato, sente uma forte inclinação para a outra inspirada por seus requisitos pessoais. Podemos dizer que na Motivação a outra exerce forte atração erótica.  
 Motivação

 Aspiração

 A Aspiração Sexual obedece princípios predominantemente culturais, preenche seus "critérios" de par desejável. A pessoa aspira cumprir certos compromissos sexuais culturalmente desejáveis: não pode deixar de se envolver sexualmente com detrminada pessoa culturalmente tida como desejável.



Perseguindo o modelo cultural, quando o homem não desempenha o papel sexual atribuído a ele, macho a qualquer custo, antes de aceitar que sua performance sexual é diferenciada, sensível e exigente, culturalmente é convencido ser uma pessoa pouco viril.

Na verdade esse homem que se acha quase impotente pode não estar sentindo desejo por nenhuma mulher disponível ou não sente desejo aqui-e-agora com essa determinada mulher. Mas... para "não fazer feio" recorre ao médico em busca de algum tratamento que o torne eternamente e incondicionalmente querendo fazer sexo. De fato ele tem Aspiração, por isso procura o médico, mas bem pouca Motivação.


A mulher moderna, por sua vez, quando não se insere no papel feminino que a sociedade estabelece para ela, como pessoa liberal, sexualmente muito ativa, ávida por relacionamentos, ao invés de valorizar sua individualidade e real sexualidade, é convencida a estar sofrendo frigidez, timidez, apatia sexual ou qualquer coisa doentia nesse sentido.

Nesses dois casos falta a Motivação Sexual, e não se trata de verdadeiros quadros de impotência ou frigidez. Insistir na atividade sexual faltando a Motivação, tanto o homem quanto a mulher, estão sujeitos à sérias frustrações. A Motivação Sexual e Aspiração Sexual brotam da conjunção entre as razões psicológicas e as circunstâncias culturais, respectivamente. Elas se compõem de nossa fisiologia psíquica colocada à mercê dos valores culturais que nos rodeiam e estão solidamente impressos em nossa personalidade.

A Motivação Sexual representa a vontade de comportar-se sexualmente de acordo com as necessidades pessoais, implica na iniciativa, na receptividade ou nas duas coisas. O par, a situação e as circunstâncias estimulam a Motivação Sexual, segundo a escala de valores pessoais, a qual é, de certa forma, atrelada à estética vigente, a moral e a ética do grupo ou segmento social que pertencemos, requisitos estes capazes de despertarem sentimentos afetivos importantes.

Motivação Sexual é, portanto, a disposição de se aproximar de outra pessoa com intenções sexuais, vontade de tomar iniciativa ou aceitar a iniciativa da outra. Pode haver situações onde, embora nada tenha prejudicado o Impulso Sexual biológico (libido ou tesão), não há Motivação Sexual para iniciar o comportamento sexual, com essa pessoa ou nestas circunstâncias. Na depressão, por exemplo, principalmente em seu estágio inicial, pode estar comprometida mais a Motivação Sexual que o Impulso Sexual (biológico) propriamente dito.

Algumas idéias culturais costumam fazer parte do universo psíquico da pessoa desde tenra idade até sempre, dando-lhe a falsa impressão que são idéias exclusivamente suas. Ser receptivo sexualmente para uma pessoa fina, rica, poderosa, artista, importante, influente, etc, são qualidades culturalmente desejadas sem que a pessoa saiba bem porque.

Há momentos, principalmente nas fantasias eróticas, em que a pessoa se permite uma Motivação Sexual com pessoas e em circunstâncias que, fora da fantasia, não teria se permitido. A pessoa candidata a despertar a motivação, deve preencher nossos requisitos pessoais, em primeira instância, embora esses requisitos podem ser impregnados de valores culturais.

As mulheres são convidadas culturalmente, aliás por alguns setores da mídia e da moda, a viver o sexo de forma livre e desinibida, a serem verdadeiros vulcões, de "cabeça aberta", disponíveis às investidas dos rapazes. Como a própria biologia de algumas mulheres nem sempre vai nesse sentido sexualmente tão entusiasmado, conflitos podem ser gerados entre seus próprios valores e os valores da moda.

O medo da pessoa de ser considerada não inserida no contexto, retrógrada ou qualquer outro suborno cultural com que se pretenda desprezar à desejável autonomia de princípios, acaba contribuindo para uma falsa Aspiração Sexual, um falso desejo emancipado da fisiologia sexual. A inversão cultural é tão gritante que quando se diz "Aquela pessoa é certinha", pasmem ... não significa nenhum mérito.
Portanto, como se vê, a Aspiração Sexual oscila ao sabor da moda, ou seja, da cultura. A Aspiração Sexual varia em temática e potência entre as pessoas, vão desde os auto-enganos que impomos a nós mesmos sobre nossas vidas sexuais, perdendo a noção entre o culturalmente recomendado e o pessoalmente possível, até as questões ditas de consciência, as quais reprimem sentimentos e comportamentos por toda a vida.

Quando o parceiro é avaliado de forma negativa e a intimidade psicológica não é estabelecida, quando há sentimentos de mágoa, decepção e incompreensão, normalmente perde-se a Motivação Sexual, bem como a Excitação Sexual (visto mais adiante), especialmente nesta determinada circunstância e com este determinado par.

As decepções no relacionamento são fortes responsáveis pela perda da Motivação Sexual, muito embora a pessoa frustrada possa continuar sentindo as manifestações de seu Impulso Sexual e não, exatamente, orientado para seu par. Essa situação é a receita eficaz para a traição conjugal; perda da motivação, aspiração sexuais com permanência de impulsos sexuais normais.

Para que um casal continue a ter Motivação Sexual recíproca é preciso que suas identidades sexuais não sejam conflitantes. No ser humano maduro a vontade de ter relacionamento sexual reflete sempre algum tipo de apreço pelo par, mas o sentimento de compatibilidade sexual é fundamental. Assim, tendo em vista a importância do casal partilhar a mesma tonalidade sexual, muitas pessoas perdem a Motivação Sexual porque não se sentem à vontade com o perfil sexual de seu par. É por isso que alguns casais, apesar de manifestarem reciprocamente um grande apreço, não estão sexualmente satisfeitos.

Impulso SexualAté agora estamos falando de fenômenos subjetivos e emocionais, seja através dos valores pessoais, seja através dos valores culturais, mas ambos necessários à possibilidade de começar uma atividade sexual. No Impulso Sexual, entretanto, a questão já passa para o domínio corporal; em forma de sensações e excitações (neuro-fisiológicas).
O desejo sexual que se experimenta no corpo e que estimula a atividade sexual é o resultado da ativação das redes neurais do sistema nervoso central e será percebido pela pessoa como Impulso Sexual, popularmente definido pela palavra "tesão". Trata-se pois, de um aspecto predominantemente biológico do desejo sexual. De um modo geral o Impulso Sexual é a resposta corporal, neuro-psico-biológica da Excitação Sexual. Por isso, não é raro que o Impulso Sexual possa ser, em sua essência, inespecífico.

Esse Impulso Sexual corpóreo é fruto de processos neuro-endócrinos envolvendo hormônios e neurotransmissores, o qual permite à pessoa reconhecer essa pulsão e tomar alguma atitude, como por exemplo, se masturbar ou procurar avidamente alguém para o sexo.
A força e freqüência das manifestações desse Impulso Sexual aumentam muito após a puberdade e, em muitos casos, surge um certo desconforto na falta de oportunidade de ter a atividade sexual satisfeita. É bom ressaltar sempre que esse Impulso Sexual tem força de atuação muito pessoal e diferente entre as pessoas.

Pessoas com grande Impulso Sexual costumam procurar mais tenazmente oportunidades de comportamento sexual e podem sentir-se mais calmos após um orgasmo. Pessoas com baixo impulso sexual podem passar com facilidade períodos de abstinência sexual sem sentir irritação. Após a maturidade sexual da juventude as manifestações do Impulso Sexual vão diminuindo gradativamente, até quase desaparecerem na velhice.

As manifestações comuns do Impulso Sexual, tanto no homem como na mulher, se caracterizam por determinadas sensações genitais, pela sensibilidade erótica aumentada em relação à parceiros em potencial, por exacerbação das fantasias sexuais e pelo comportamento sexual mais evidente.


Excitação Sexual

A fase de excitação sexual é, basicamente, o preparo do organismo para o ato sexual. O DSM.IV trata as alterações patológicas referentes à esse aspecto sob o nome de Transtorno da Excitação Sexual Feminina, sendo sua característica essencial a incapacidade de adquirir ou manter uma excitação sexual adequada, seja essa excitação refletida através da lubrificação vaginal ou através da sua turgescência, ou que essa excitação não seja eficaz até a conclusão da atividade sexual.

Tanto o corpo da mulher, quanto do homem, passam por modificações fisiológicas durante a excitação sexual. Na mulher a vagina se expande, relaxando-se para permitir a penetração, fica molhada para facilitar os movimentos sexuais, o clitóris se intumesce, tornando-se mais sensível ao contato físico, os grandes lábios costumam se retrair e os pequenos lábios aumentam de tamanho.

A diminuição ou falta desses fatores fisiológicos pode significar alguma dificuldade para a sexualidade. A disfunção sexual que ocorre na fase da excitação pode ser seguida de dor à relação, chamado de dispareunia. No homem a excitação proporciona a ereção do pênis, comumente seguido de secreção uretral viscosa e aceleração dos batimentos cardíacos e respiratórios.

Depois do que vimos acima, é de se supor que a excitação sexual em ambos os sexos já se encontre basicamente em andamento quando há adequada Motivação Sexual. A parte cultural da Motivação pode interferir na Excitação, como por exemplo, no caso da pessoa cultivar valores muito pudicos e moralistas e não se conseguir Excitação Sexual vendo cenas eróticas, ou se a pessoa vivencia sérios conflitos íntimos baseados em valores éticos.


Como acontece neurologicamente o Desejo Sexual

O Desejo Sexual é um "apetite" ou um impulso produzido pela estimulação de um sistema neurológico específico, o qual produz sensações específicas e suficientes para levar a pessoa à busca de experiência sexual ou a mostrar-se receptiva a ela. Tudo isso depende da ativação de um centro cerebral específico e constituído por dois setores distintos. Esses dois setores cerebrais são vinculados a dois importantes sistemas de neurotransmissores: um deles ativador do desejo e o outro, inibidor do mesmo.
 NeuroDesejo
 Essa região sexual cerebral está interconectada a outros múltiplos centros neurais, fazendo com que o impulso sexual se integre à totalidade da experiência vivencial da pessoa. Esta "região sexual" do cérebro se localiza fundamentalmente no hipotálamo e, como dissemos, se compõe de 2 grandes subgrupos de centros: os núcleos posteriores, que são os centros ativadores, e os núcleos ventro-mediais, que são os inibidores. Estes últimos teriam a função de frear a ação dos primeiros.
Quando este sistema sexual se ativa, surge na pessoa um estado de tensão que leva à necessidade sexual. Todo esse sistema sexual é de configuração arcaica no mundo animal, existindo também em outros vertebrados, e é responsável por um tipo de comportamento que assegura sobrevivência da espécie.
Os centros hipotalâmicos da sexualidade guardam estreita relação com os centros do prazer e da dor. Assim sendo quando o centro do desejo é estimulado, também se ativa o centro do prazer, e a pessoa experimenta sensações prazerosas. De forma contrária, em situações dolorosas, quando estaria ativado o centro da dor, haveria uma inibição do centro do desejo. Tal priorização é fundamental para que o indivíduo concentre toda sua energia para afastar-se da situação dolorosa, ao invés de distrair-se em atitudes sexuais.


Como acontece quimicamente o Desejo Sexual

Nos neurônios do centro do prazer existem receptores (neuroreceptores) específicos para compostos químicos produzidos pelas células cerebrais chamados de endorfinas. Estas endorfinas têm uma composição química similar à da morfina e provocam, como a morfina, uma sensação de euforia, bem estar e alívio da dor.

Para se ter uma idéia, a ação analgésica das endorfinas é, aproximadamente, 200 vezes mais potente que a ação da própria morfina. Naturalmente, como se deduz, a liberação das endorfinas no Sistema Nervoso Central (SNC) estimula o centro do prazer e, ao mesmo tempo, inibe o centro da dor. Contrariamente, a estimulação do centro da dor inibe a produção de endorfinas.

Além do sistema de endorfinas, os hormônios também estão envolvidos na questão do desejo sexual. Nas mulheres a atração sexual e a receptividade dependem dos estrógenos mas, é a testosterona que estimula desejo sexual, tanto nos homens como nas mulheres. Este hormônio tem um papel fundamental no funcionamento dos centros sexuais. Há também uma substância liberada pelo hipotálamo, denominada "fator de liberação de LH ", (LH = hormônio luteinizante) que estimula o desejo sexual nas mulheres, mesmo na ausência de testosterona.

Além das endorfinas e dos hormônios, também estão envolvidos com o desejo sexual os neurotransmissores. Todos estes hormônios supracitados atuariam sobre substâncias cerebrais que promovem a transmissão dos estímulos nervosos, os chamados neurotransmissores. Entre eles os mais estudados são a dopamina, a qual exerce um efeito estimulante nos centros sexuais do cérebro, e a serotonina, que exerce um efeito contrário, ou seja, inibidor.


O Orgasmo

Nesta fase da sexualidade a maior parte das queixas costuma ser das mulheres. Para se ter noção das dimensões da anorgasmia (falta de orgasmo) no mundo feminino, algumas pesquisas brasileiras referem entre 40 e 60% das mulheres com dificuldades ou incapacidades em obter orgasmos nas relações sexuais.

Em grande número de casos, as mulheres conseguem ter orgasmos com a masturbação mas não os conseguem com a penetração sexual. Não obstante, apesar de não sentirem o orgasmo, muitas mulheres referem sentir bastante prazer durante o ato sexual. Existem também aquelas que conseguem o orgasmos manipulando-se enquanto penetradas.

Na realidade, visto que a sexualidade feminina prioriza a Motivação Sexual ao Impulso Sexual e, sendo a Motivação de natureza mais afetiva que instintiva, o orgasmo estaria um tanto vinculado à "ambientação" com o parceiro, ou seja, seria algo adquirido com a afeição, admiração, simpatia, segurança, satisfação pessoal, etc, e não decorrência quase mecânica e automática do contacto físico como acontece no sexo masculino.

Nos homens, desde que não hajam problemas no Desejo Sexual, nem na ereção, a falta de orgasmo basicamente se deve ao uso de alguns medicamentos, ao alcoolismo, ao tabagismo e diabetes.
Tendo em vista a grande porcentagem de mulheres anorgasmáticas, seria então normal não ter orgasmos? Os valores estatísticos não são suficiente para saber se algo é ou não sadio, para isso devemos considerar o grau de satisfação da pessoa em apreço. Muitas mulheres anorgasmáticas estão mais realizadas sexualmente que suas colegas propagadoras de orgasmos múltiplos.
De modo geral, se observa na clínica um número grande de mulheres que, apesar de terem sido anorgasmáticas durante anos, desenvolveram a capacidade de sentir orgasmo em torno dos 35-38 anos de idade. Concorrem para isso uma série de fatores circunstanciais, desde a estabilidade econômica e profissional, a melhora da satisfação no relacionamento com o parceiro, o bem estar emocional, até o encaminhamento adequado dos filhos, etc.



Transtornos do Desejo Sexual

Freqüentemente acompanhando os Transtornos do Desejo Sexual, onde se inclui a Frigidez ou Transtorno do Desejo Sexual Hipoativo, coexiste o Transtorno da Excitação Sexual Feminina e o Transtorno Orgástico Feminino. A pessoa com Transtorno da Excitação Sexual Feminina pode ter pouca ou nenhuma sensação subjetiva de excitação sexual. Pelo DSM.IV, esse transtorno pode resultar em intercurso doloroso, esquiva sexual e perturbação de relacionamentos conjugais ou sexuais.

Um estágio agravado do Transtorno de Desejo Sexual Hipoativo é o Transtorno de Aversão Sexual. Pelo DSM.IV, a característica essencial do Transtorno de Aversão Sexual é a aversão e esquiva ativa do contato sexual genital com um parceiro sexual. Para esse diagnóstico a perturbação (Aversão) deve causar acentuado sofrimento ou dificuldade interpessoal. O paciente com Transtorno de Aversão Sexual relata ansiedade, medo ou repulsa ao se defrontar com uma oportunidade sexual com um parceiro.

A aversão ao contato genital pode concentrar-se em um determinado aspecto da experiência sexual (por ex., secreções genitais, penetração vaginal). Alguns indivíduos experimentam repulsa generalizada a quaisquer estímulos sexuais, inclusive beijos e toques. A intensidade da reação do indivíduo quando exposto aos estímulos aversivos pode variar desde uma ansiedade moderada e falta de prazer, até um extremo sofrimento psicológico.
Portanto, o desejo sexual pode sofrer alterações, mais freqüentemente alterações para menos, ou seja, no sentido de uma Hipofunção Sexual. Vejamos.


Afloramento e esmaecimento do Desejo Sexual

Nos homens, há um grande aumento do Desejo Sexual durante a puberdade, conseqüente ao expressivo aumento da concentração de testosterona (hormônio masculino). Alguns autores costumam dizer que, na idade adulta, de forma extremamente variável entre as diferentes pessoas, esse Desejo Sexual começa a declinar. Em nossa opinião, esse Desejo Sexual começa sim, a mudar de consistência ou de natureza.

No amadurecimento do sexo masculino o Desejo Sexual vai, progressivamente, perdendo sua natureza impulsiva e instintiva e adquirindo, também progressivamente, um caráter afetivo, ou seja, vai deixando de ser uma atividade sensitiva para tornar-se uma atividade sentimental.

Essa sexualidade sentimental é, de fato, uma sexualidade diferenciada. Nesta situação o Desejo Sexual passa a ser comandado muito mais pela Motivação Sexual (afetiva) do que pelo Impulso Sexual (biológico) e, sendo assim, as circunstâncias capazes de influir na Motivação Sexual terão uma repercussão muito maior na sexualidade. Nessa fase passa a ser muito mais importante, por exemplo, a afetividade que a pessoa nutre em relação ao seu objeto de desejo. Em épocas mais precoces, quando era o Impulso Sexual a maior motivação, era quase suficiente apenas a simples disponibilidade para o sexo.

Na mulher, por sua vez, a sexualidade sentimental e diferenciada já se manifesta desde a puberdade. É, talvez, devido à essa diferença qualitativa da sexualidade feminina que, na maioria das vezes, costuma haver aumento do Desejo Sexual com o passar dos anos, atingindo um ápice depois dos 40 anos. É por essa ocasião que o componente afetivo que une a mulher ao seu homem costuma estar mais estável e sereno, portanto, melhor ao seu Desejo Sexual sentimental. O inverso pode acontecer, quando então há, antes do decréscimo da sexualidade, uma perda afetiva em relação ao parceiro(a).


Causas do Transtorno de Desejo Sexual Hipoativo
Dois subtipos de Transtorno de Desejo Sexual Hipoativo podem ser observados: aquele com início paulatino ao longo da vida versus aquele abruptamente adquirido. Quanto aos fatores etiológicos (causais) estes podem ser: devido a Fatores Psicológicos, devido a Fatores Orgânicos e devido a Fatores Combinados.
Com o envelhecimento há diminuição do Impulso Sexual, através do componente biológico do desejo sexual, mas também pode estar comprometido a Motivação e a Aspiração sexuais. Esta perda pode refletir um processo orgânico geral ou, muito comumente, uma perda na capacidade de sentir prazer (anedonia), sintoma habitual das depressões.


 Causas Orgânicas para o Desejo Sexual Hipoativo

  • Função hipotalâmica-hipofisária anormal. Isso resulta na diminuição do Fator de Liberação de LH (hormônio luteinizante), com conseqüente diminuição de seu nível sérico e simultâneo aumento de prolactina. Este último um hormônio muito relacionado ao desinteresse sexual. 

  •  Anomalias testiculares capazes de produzir uma diminuição de testosterona.

  •  Diminuição de testosterona ovariana e/ou supra-renal na mulher.

  •  Enfermidades sistêmicas, tais como a insuficiência renal crônica com conseqüente diminuição de gonadotrofinas, a cirrose hepática com a conseqüente atrofia testicular e transformação de androgênios em estrogênios, a Síndrome de Cushing, com a conseqüente diminuição de testosterona plasmática, a insuficiência supra-renal, o hipotiroidismo e as enfermidades debilitantes. 

  •  Medicamentos e drogas. Nessa categoria dos agravantes da hipofunção sexual está o álcool, em primeiro lugar, 
  • os tranqüilizantes, 
  • os anti-hipertensivos, tais como a metildopa (Aldomet), reserpina, clortiazidas, clonidina, espironolactona, 
  • beta bloqueadores como o propranolol; 
  • os anti-depressivos, principalmente os tricíclicos, 
  • os inibidores da MAO e o carbonato de lítio, também a cimetidina (Tagamet), sulpirida, metoclopramida (Plasil), metronidazol (Flagil), a maconha, as anfetaminas (anorexígenos usados em regimes alimentares), a cocaína e o craque.


 Causas Psicopatológicas para o Desejo Sexual Hipoativo
- Transtornos de Estresse
- Depressão
- Transtornos de Ansiedade (incluindo Pânico, Fobias, etc.)

A relação entre Depressão e alterações sexuais é conhecida há tempos, e entre essas alterações a mais comum é a diminuição do desejo sexual. Essa relação fica clara quando se percebe haver uma melhora do quadro sexual ao se tratar a depressão. Entre os pacientes deprimidos passa de 70% aqueles que se queixam de diminuição da libido.

  Causas Psicológicas para o Desejo Sexual Hipoativo
- Valorização dos aspectos negativos da sexualidade
- Temor da intimidade
- Temor do compromisso ou gravidez
- Temor de obter um prazer "proibido e pecaminoso"
- Temor de alguma represália pelo ato sexual


 Causas Psicossociaiss para o Desejo Sexual Hipoativo
- Parceiro sexual insatisfatório
- Atividade sexual insatisfatória
- Excesso de preocupações com a vida em geral
- Excesso de preocupações em proporcionar prazer a(o) companheira(a)




Ballone GJ - Desejo Sexual - in. PsiqWeb, Internet, disponível em www.psiqweb.med.br , revisto em 2008

Estudo bíblico - A Importância da Sexualidade no Casamento

Quando Deus fez o primeiro casal, incluiu em sua estrutura emocional e física, os órgãos e o instinto sexual. E o fez com propósitos muito e... 



Quando Deus fez o primeiro casal, incluiu em sua estrutura emocional e física, os órgãos e o instinto sexual. E o fez com propósitos muito elevados, como tudo que o Criador realizou. Dessa forma, a sexualidade faz parte da vida de qualquer ser humano. Dela, ninguém pode se afastar.
Quando alguém diz que é homem ou mulher, está implícita a idéia de sexo, de modo natural. 
No casamento, a sexualidade exerce papel fundamental, indispensável para o bom relacionamento entre os cônjuges, dentro do plano de Deus para o matrimônio. Vamos refletir um pouco sobre esse importante assunto.

1. A VISÃO BÍBLICA DO SEXO

O sexo foi feito por Deus
- Deus fez o homem, incluindo o sexo, e "viu que tudo era bom", Gn 1.31. As mãos que fizeram os olhos, o cérebro, também fizeram os órgãos sexuais. Aquele que criou a mente, também criou o instinto sexual.
- Jesus, mesmo em sua missão divina, era homem normal, incluindo a sexualidade Lc 2.21-23

O plano de Deus em relação ao sexo
- Deus quis, na sua soberania, que o homem participasse DIRETAMENTE da obra da Criação, através da procriação, dando-lhe instrumentos maravilhosos que são os órgãos e o instinto sexual. Nesse plano, observamos os seguintes aspectos, dentro da vontade de Deus:

1) O uso dos órgãos sexuais é privativo dos casados.
- A ordem de crescer e multiplicar foi dada a um casal, Gn 1.27,28.
- Deus não achou bom que o homem vivesse só, Gn 2.18,24; Sl 68.6;113.9.
- O homem é convidado a desfrutar o sexo com a sua mulher, Ct 4.1-12.

2) A relação sexual do cristão.
- Sua natureza foi prevista por Deus, Gn 1.27-28; 2.24. Portanto, não era, nem é e nem será pecado dentro dos princípios de Deus, Hb 13.4.
- Sua finalidade foi da procriação, Gn 1.27, 28; da satisfação (bem-estar, prazer, gozo), Dt 24.5; Pv 5.18-23; Ec 9.9; Ct 4.1-12;7.1-9; do ajustamento mútuo entre marido e mulher,1 Co 7.1-7: a) O princípio da prevenção (v.2); b) O princípio do direito mútuo (ou do dever) (v.3); c) O princípio da autoridade mútua (v.4); d) O princípio do hábito (v. 5).
- Sua funcionalidade foi para ser exclusiva, Gn 2.24; Pv 5.17; alegre, Pv 5.18); santa, Hb 13.4; natural, Ct 2.6; 8.3 (isto é, sem acessórios).

2. AS PERGUNTAS MAIS FREQUENTES SOBRE SEXO
a) O casal pode fugir da rotina do “feijão com arroz”? Sim, o casal pode e deve quebrar a rotina e monotonia da vida a dois com criatividade e improviso. O casal de Cantares é capaz de se relacionar fora de seu leito conjugal, 3.4; de sair pra jantar, 2.4; de apreciar uma dança particular e privada, 6.13; de sair de férias ou a passeio, 2.10-13; 4.8; 7.11,12.

b) O local do ato sexual tem alguma influência sobre o desejo sexual? Sim, em Cantares encontramos um ambiente favorecedor da relação sexual. A casa arrumada ao gosto dela conforme a preferência dele, Ct 1.17; o quarto deve ser o Santo dos Santos do amor conjugal. É o lugar da nudez moral, psicológica e física, Ct 1.4; a cama que deve ser o altar desta entrega de amor, Ct 1.16b.

c) Quais os limites entre um casal dentro de quatro paredes? Vale tudo? Pode sexo oral e anal? Mesmo sabendo que muitos líderes pensam de modo diferente, exponho aqui o que penso: Primeiro, à luz do texto de 1 Co 7 o “corpo” da mulher pertence ao marido e vice-versa; Segundo, a lei do amor deve ser aplicada, pois amor não gera constrangimentos. Ou seja, o limite do que se pode fazer com o cônjuge será o amor em respeito a heranças psicológicas, morais, familiares ou religiosas; Terceiro, o texto de Romanos 1 trata de homossexualismo feminino e masculino e outras perversões sexuais, não do sexo anal; Quarto, o texto de Ct 7.3 refere-se a genitália (traduzida por umbigo) como taça onde o marido bebe seu vinho. Portanto, esta é uma decisão que só compete a cada casal tomar entre si e diante de Deus ante estas verdades expostas.

d) O casal pode usar revistas ou filmes pornográficos  e outros acessórios para esquentar a relação? Revistas e filmes eróticos, vibradores, chicotes, etc, não são coisas naturais. Quando a Bíblia está falando de prazer sexual, está falando de coisas naturais. Estes acessórios induzem a fantasia fora da pessoa e corpo de seu cônjuge. Isto é perigoso!

e) Filhos pequenos atrapalham a relação sexual? Não atrapalham quando a mulher sabe separar seu papel de mãe e esposa. Sendo assim, ela saberá a hora de cada uma das coisas.

f) Qual a freqüência da relação sexual entre o casal cristão? Esta é uma decisão particular de cada casal conforme suas carências, lembrando sempre do princípio de 1 Co 7 (não se recusarem por muito tempo). Quando o princípio da mutualidade é praticado o conjuge não vai para a cama só quando está com vontade, mas quando o outro também está. Isto é solidariedade erótica!

g) É pecado se masturbar? A automasturbação é um infantilismo psicológico prejudicial. Foge do principio do prazer mútuo da conjugalidade. Ec 9.9.

h) Por que muitas mulheres não chegam ao orgasmo? Porque muitos homens desconhecem as preliminares do ato sexual ou os pontos G´s da mulher. Se ele conhece e sabe, é um egoísta e sem amor. Não está cumprindo Pv 5.19.

i) O que fazer quando o marido só procura a mulher quando quer e leva meses?  Ela deve conversar com ele francamente sobre sua necessidade sexual e procurar ser mais sedutora.

j) O que uma mulher deve fazer para sentir orgasmo? Conversar francamente com o marido para que ele seja paciente e longanimo na relação, ou seja: se segure por mais tempo; e no ato, que a mulher leve-o aos pontos de seu corpo que lhe dão mais prazer.

l)  Por que ao conversarmos sobre sexo ficamos excitados? Simplesmente por causa do psicológico. Sexo é o psicológico utilizando-se do biológico.


CONCLUSÃO

O homem cristão precisa compreender o valor da sexualidade, e ser grato a Deus por isso. Faz-se necessária uma visão abrangente do tema, de modo a não se deixar levar por conceitos e preconceitos que só fazem prejudicar o bom relacionamento entre as pessoas, principalmente entre marido e mulher, a quem Deus concedeu a bênção da união conjugal, como algo belo, santo e agradável, não só com finalidade procriativa, mas como meio de obter um relacionamento estável, rico em alegria e prazer.